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Continue lendo“A 18ª Feira Literária reafirma a educação como território de memória e resistência com a inauguração da Biblioteca Afrocentrada e o diálogo vivo entre ancestralidade afro-indígena e comunidade escolar.”
Profa. Mestra Elisandra Camilo
A 18ª edição da Feira Literária “Ler faz bem, combater o racismo também – Criando Juntos” marcou um momento histórico para a educação de Indaiatuba. Durante o evento, realizado na EMEB Professora Maria Albertina Bannwart Berdu, foi inaugurada a Biblioteca Afrocentrada: dos móveis ao acervo, um diálogo possível com a comunidade.
O projeto é um dos vencedores do edital 2024 do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (PROAC), que contemplou a Biblioteca Municipal Pedro Augusto Pinheiro Fantinatti com financiamento para modernização de seus espaços e serviços. A iniciativa se estende também a outras três escolas públicas parceiras de Campinas, que receberão doações de livros.
O trabalho é conduzido pelo Coletivo Biblioteca Afrocentrada, formado por Elisandra Mara dos Santos Camilo (curadora do acervo e professora), Marival Baldoino de Santana (responsável administrativo e financeiro), Rosângela da Silva Gomes (responsável pela execução) e Tatiane Helena Borges de Salles (responsável pelo projeto). O grupo idealizou a proposta a partir da necessidade de repensar o papel das bibliotecas escolares como espaços de pluralidade, equidade e valorização da diversidade cultural.
Mais do que ampliar o acervo, a Biblioteca Afrocentrada traz uma concepção estética e simbólica que integra os móveis, a curadoria de obras e as referências culturais afro-brasileiras e indígenas. O espaço nasce como um território de formação docente e comunitária em uma perspectiva antirracista, promovendo rodas de conversa, contação de histórias, oficinas e encontros que fortalecem a ancestralidade e o diálogo entre gerações.
Além da inauguração, a Feira Literária levou à comunidade do Núcleo Residencial Professor Carlos Aldrovandi a autora e contadora de histórias Cintia Almeida da Silva Santos, mãe do Lucas. Escritora premiada e reconhecida, é autora dos livros infanto-juvenis “Minha mãe usa touca de cetim”, “Meu pai também usa touca de cetim?” (em coautoria com Marcel Santos), “Semente e Amor de avó é assim, feito touca de cetim”. Também publicou o livro de poesias “ In vitro: escreviências-poéticas de uma mãe preta” e contribuiu com capítulos nas obras “Pretinhos e Pretinhas incríveis” e “Racismo e seu eco desumano”.
Cintia é graduada em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela UFSCar, instituição onde atualmente realiza pós-doutorado no Departamento de Ciência da Informação. Atuou como professora substituta na mesma universidade em 2024, é bibliotecária no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – Campus Araraquara e integra a Academia Araraquarense de Letras. Criadora de conteúdos sobre vivência antirracista, feminismo negro, literatura, maternidade tardia, empoderamento feminino negro, entre outros temas, sua presença trouxe um diálogo potente e inspirador para estudantes e comunidade.
O projeto reforça a importância da literatura Afrocentrada nos acervos escolares e evidencia como a leitura pode ser instrumento de transformação social, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
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